Editorial
Fim da festa popular do Rei Momo e o Brasil se apresenta para 2024, afinal, como diz a velha máxima: o País só começa depois do carnaval. Agora, arregaçar as mangas e ir para a luta é determinante para que possamos ter sucesso em todos os aspectos relacionados ao nosso cotidiano. Na passarela, as alegorias dão lugar ao transbordo de milhões de pessoas em direção às suas necessidades.
Este é um ano de eleições municipais (hei, você aí, me dá um dinheiro aí…), e o modal do transporte coletivo urbano sobre pneus ganha algum contorno de divulgação ao ser propagado como aliado da mobilidade. Mais uma vez esta é a oportunidade que temos de buscar transformações que impactem, positivamente, nos serviços de ônibus para que estes comprovem a funcionalidade frente aos desafios do desenvolvimento das cidades.
Nos últimos anos, as gestões públicas municipais têm errado no tom ao não dar atenção à esse modelo de transporte, tão fundamental na vida das pessoas, como a saúde pública, a educação e a segurança. O descompasso sobre a falta de planejamento tem sido uma tônica que prevalece ante as necessidades de modernização e priorização da operação dos ônibus em ambientes cercados por automóveis e o transporte individual, atravessando o samba do desempenho.
Enquanto há extensos debates que visam a adoção da tarifa zero e da eletrificação dos veículos, dois temas que envolvem, em suas essências, a necessidade por grandes recursos financeiros, o pobre ônibus continua empacado nas ruas e avenidas pelo Brasil, batendo lata, em muitos casos, em virtude de falta de políticas locais que possam lhe dar velocidade e uma imagem mais avançada capaz de poder atrair aquele passageiro que o olha torto quando está em um automóvel. Já para quem se utiliza do transporte coletivo, o jeito é cantarolar – “alalaohhhhh, mas que calooooooooor…”.
Seria injusto, da parte deste espaço, não ressaltar que determinadas cidades e grandes centros urbanos têm se esforçados para proporcionar melhorias em seus sistemas de transporte realizados pelo ônibus. Muitas delas contam com equipes técnicas conhecedoras do assunto, buscando promover a cadência de ações no segmento para que os serviços possam ser eficientes.
Não há mágica, mas sim muito trabalho para não atravessar o samba operacional. A qualificação dos serviços requer investimentos, financiamentos, inteligência por meio da tecnologia e infraestrutura específica. Um detalhe – samba no pé a gente tem, resta agradar a plateia.
Contudo, não podemos nos esmorecer frente aos principais problemas. Temos que continuar mostrando as soluções e cobrando das autoridades públicas ações para que o ônibus possa continuar seu desfile rumo a apoteose com mais dignidade e valor. Somente assim a mobilidade urbana poderá ter um rumo diferente ao que lhe parece destinado – o samba de uma nota só.
Ziriguidum, que comece o ano de 2024!!!
Imagem – Divulgação
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