Por André Vidal Armaganijan, CEO da Marcopolo
Em ano de COP 30 no Brasil, a discussão sobre a rápida e eficiente descarbonização do transporte é um dos temas mais recorrentes e que ainda causam mais discussões do que efeitos positivos práticos. Apesar de ser responsável por apenas 21% das emissões do setor de transporte, o ônibus é visto como um dos modais mais representativos para as metas de zero emissões. A tão esperada eletrificação do transporte coletivo urbano não ocorreu e o Brasil, apesar de ser o maior mercado latino-americano, é apenas o quarto na adoção de veículos menos poluentes ou de emissão zero.
Independentemente dos investimentos dos fabricantes no desenvolvimento e produção de modelos cada vez menos poluentes, são vários fatores que têm impedido uma maior velocidade na renovação de frota com veículos movidos a fontes de combustível sustentáveis e renováveis. Falta de infraestrutura adequada, de linhas de crédito para o financiamento e de regulamentações que atendam de maneira equilibrada as particularidades de cada região do País, entre outros.
Diante deste cenário, a Marcopolo, que possui fábricas em sete países e atua em mais de 100 países, tem investido continuamente no desenvolvimento de veículos com múltiplas tecnologias, para atender diferentes realidades e diferentes matrizes energéticas. Na visão da companhia, são necessárias soluções diversas e, em muitos casos, complementares, para atender todos estes mercados, a começar pelo Brasil que, em razão de suas dimensões continentais e características regionais, precisa de uma matriz eclética de tecnologias.
Como líder nacional e referência global em produção de ônibus, trabalhamos para sermos protagonistas em soluções de mobilidade e, para isso, temos no posicionado de maneira eclética quando o tema é transição energética. Não acreditamos em uma solução única.

André Vidal Armaganijan
Demos, nos últimos anos, um grande salto no desenvolvimento tecnológico de nossos produtos para passamos a desenvolver novas formas de propulsão com frentes variadas de trabalho que incluem modelos de ônibus 100% elétricos, como o Attivi Integral, híbridos etanol/elétrico, como o Volare apresentado ano passado na Lat.Bus, e, mais recentemente, um micro-ônibus Fly 10 movido a biometano e gás natural, solução que poderá ser expandida para todo o portfólio da marca.
Também desenvolvemos, fruto de parcerias estratégicas globais, veículos com motores a propulsão de hidrogênio, porque entendemos que para a utilização em viagens estaduais, intermunicipais e até internacionais, essa tecnologia apresenta vantagens pela maior autonomia, diminuição da quantidade de baterias e rapidez de reabastecimento. Os modelos a Hidrogênio estão na Austrália, na China e, também, aqui no nosso País, circulando experimentalmente em São Paulo. Também citou a presença da Marcopolo no desenvolvimento de trens, que favorecem o mercado de carbono.
Existe no Brasil e na América Latina uma grande oportunidade para efetuarmos uma rápida e eficiente descarbonização, quer seja com modelos elétricos, híbridos, a gás ou Hidrogênio. Para isso, são necessários programas e soluções de financiamento que incentivem a renovação de frotas. Daríamos um grande passo rumo à descarbonização e redução de emissões se retirássemos de circulação os modelos mais antigos, que poluem mais, e substituíssemos por ônibus mais modernos.
Imagens – Divulgação
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