Um estudo, denominado “Implantação de ônibus elétricos na cidade de São Paulo”, foi apresentado durante o LATAM Mobility 2025, onde traz números recentes de ônibus elétricos em operação. Tal material é fruto da Parceria ZEBRA (Zero Emission Bus Rapid-deployment Accelerator), uma iniciativa conjunta entre o ICCT Brasil (Conselho Internacional de Transporte Limpo) e a C40 Cities, que visa acelerar a implantação de ônibus de emissão zero nas principais cidades da América Latina.
A principal abordagem ressalta a operação na cidade de São Paulo, com 789 ônibus zero emissão em operação, sendo 588 elétricos a bateria e 201 são trólebus, alimentados por rede aérea. A publicação, ainda, reúne experiências e aprendizados da capital paulista na adoção desse tipo de veículo e busca orientar outras cidades interessadas em avançar com a descarbonização do transporte público.
Em toda a América Latina, o número de ônibus com tração elétrica atingiu o volume de 6.747 veículos, demonstrando o avanço constante da eletromobilidade na região, onde Chile, Colômbia e México são os principais mercados. De acordo com a Parceria ZEBRA, esses números evidenciam o impacto das políticas públicas locais e do modelo de financiamento adotado, consolidando o país como um polo em expansão na mobilidade sustentável.
A entidade fomentadora da eletrificação ressaltou que, além de São Paulo, outras cidades latino-americanas, também, compartilham seus avanços na eletrificação da mobilidade urbana, consolidando uma rede de aprendizado mútuo. E os desafios relacionados ao financiamento, à infraestrutura energética e à atualização tecnológica das frotas, além de modelos de negócio, como parcerias público-privadas (PPPs) e modelos de subvenção, estão no radar da ZEBRA como mote para o incentivo da tecnologia nestes tempos em que se busca novos e limpos modelos de mobilidade coletiva sobre pneus.
Nota do editor – Trata-se de um assunto que merece muita atenção ao exigir planejamento, tanto operacional, como econômico, para que se alcance o sucesso dessa modalidade de transporte coletivo. O que temos visto pelo Brasil é um atropelo em ações que não levaram em consideração as questões técnicas e de infraestrutura, colocando o carro na frente dos bois, em decorrência de gestões púbicas mais preocupadas com o status do momento e, até mesmo, de outros interesses que ultrapassam os interesses comuns.
Não se trata, aqui, de ser contra o ônibus com tração elétrica, mas de ampliar o olhar sobre todas as tecnologias limpas que há no mercado do transporte e que podem ser usadas de maneira eficiente para que obtenhamos a tão ensejada descarbonização. Lembrando que o ônibus urbano não é o vilão das emissões poluentes e que precisa ter seu conceito positivo resgatado do limbo em que se encontra ante a perda de competitividade frente aos outros modais que atraem as pessoas pelos seus motes de conforto e rapidez.
Se é para investir quantidades absurdas na compra desse modelo de ônibus, porque não usar esses recursos financeiros em projetos e sistemas com infraestrutura dedicada e capaz de proporcionar ao modal a velocidade e o conforto, itens que os passageiros tanto querem?? Toda a sociedade sairá ganhando.
Imagem – Divulgação
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