Pilota fogão??? NÃO, ônibus!!

Durante o Seminário da NTU 2025, a presença no setor de mulheres requer incentivos por meio de um programa especial que abre espaço para elas

Num setor masculino, em que a presença da mulher em determinados serviços causa surpresa às pessoas (a condução dos ônibus é um deles), a realidade pode abrir portas para que elas atuem, em maior presença, em todas as categorias dentro de uma operação do transporte coletivo. É nisso que o Conselho Diretor da NTU, entidade que representa as empresas nacionais de transportes urbanos, aposta e quer dar uma nova contextualização ao ressaltar a importante presença feminina nos quadros que compõem o cotidiano de uma empresa de ônibus.

Em um movimento estratégico de renovação institucional, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos apresentou oficialmente os movimentos “NTU Mulher”, iniciativa que marca uma nova fase da entidade, voltada à ampliação da diversidade e à valorização de talentos femininos no setor de transporte público coletivo.

Francisco Christovam, diretor-executivo da NTU, disse que é preciso dar maior espaço às mulheres, sendo fundamental valorizar o ser humano frente às tecnologias que o segmento do transporte tem a disposição. De acordo com ele, recursos e ferramentas já fazem parte do cotidiano do setor, mas que sem o ser humano não é possível obter resultados positivos em prol da operação. “Após a realização de alguns eventos que destacaram esse assunto em meio as iniciativas que aumentem a presença feminina no transporte, nós da NTU queremos dar e aumentar o espaço para as mulheres nas empresas, abraçando a causa com um trabalho de atração, podendo assim, valorizarmos esse lado social”, explicou.

Stamatula Vardaramatos

Para Stamatula Vardaramatos, presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), tem que haver uma abordagem inclusiva, lembrando que mulheres são maioria entre os usuários do transporte coletivo, mas sub-representadas em cargos de liderança e funções operacionais. “Temos poucas mulheres atuando em nosso setor, concentradas em áreas administrativas. Com esta iniciativa e um novo olhar sobre o transporte queremos atrair e abrir o setor para mais profissionais femininas para diversas funções, incluindo a de direção, manutenção e operação”, afirmou.

Richele Cabral, diretora da Semove e representante da UITP na América Latina, chamou a atenção para as oportunidades do mercado de transporte quanto a construir um movimento consistente, deixando de lado a forma genérica, informando que elas podem se dar bem em diversas áreas. “Nós queremos dar oportunidades em todos os cargos, administrativos e operacionais, para que as mulheres mostrem sua capacidade de atuar no setor”, comentou.

A executiva disse que apenas 17% da força de trabalho das empresas de transporte no Brasil é feminina, percentual que se repete no cenário global, segundo a OIT. No caso de motoristas, a participação feminina é de apenas 4% das carteiras D, enquanto 96% pertencem a homens.

O presidente do Conselho Diretor da NTU, Edmundo Pinheiro, explicou que as propostas nasceram de um processo de reflexão interna e planejamento estratégico realizado logo após sua chegada ao cargo, no início deste ano. A agenda da instituição tem um dever de modificar sua pauta, pois, dos 31 membros do Conselho Diretor, apenas uma é mulher. “Essa desproporção mostra que precisamos abrir a NTU para novos públicos, trazendo novas ideias e novas pessoas”, declarou.

Imagens – Divulgação

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *