Com a aproximação da COP 30, Conferência Mundial sobre o clima, que será realizada, brevemente, na capital paraense, Belém, a meta de inserir o transporte de passageiros e cargas como indutor à sustentabilidade ambiental passa pela contextualização do desenvolvimento de propulsões limpas e eficientes, podendo tornar o Brasil num exemplo para o mundo.
E é nesse ponto que a maior fabricante de veículos comerciais do País olha para que possa contribuir com os requisitos de uma nova realidade na mobilidade sobre pneus. A Mercedes-Benz, em parceria com a Be8, produtora gaúcha de biodiesel, deu a largada para o projeto “Rota Sustentável COP 30”, visando a avaliação e a comparação dos níveis de emissões de gases de efeito estufa dos seus motores Euro VI do caminhão ActrosEvolution 2553 6×2 e do chassi para ônibus O 500 RSD 6×2, que são abastecidos com o diesel comercial B15 e com o biocombustível Be8 BeVant®, uma novidade no mercado.
De acordo com informações, o BeVant® é um combustível renovável que tem potencial de reduzir até 99% das emissões quando comparado ao diesel de origem fóssil. Ele tem maior teor de éster, reduzindo até 50% as emissões de CO (monóxido de carbono) e até 90% de fumaça preta. Sua composição tem qualidade comprovada pela maior lubricidade considerando ULSD (Ultra Low Sulfur Diesel) máximo de 2 ppm, o teor de monoglicerídio é abaixo de 0,25%, a contaminação total residual fica abaixo de 2 ppm e apresenta 35% menos teor de água.
Os testes, com mais de 4 mil kms de extensão neste primeiro momento, terão medições e comparações de emissões a cargo do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), do Estado de São Paulo, entidade que é referência nacional de ensino e pesquisa científica e tecnológica.
Para a Mercedes-Benz, o conceito da sustentabilidade no transporte vai além do que uma única solução, com tecnologias identificadas à cada mercado, sendo a eletrificação (com baterias ou células a combustíveis) e o uso de biocombustíveis opções reais que contribuem com suas metas ambientais. Aqui no Brasil, a tendência de uma mobilidade sustentável segue os preceitos da diversidade tecnológica. Luiz Carlos Moraes, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Mercedes-Benz do Brasil, disse que o País tem uma matriz energética interessante, com forte presença de biocombustíveis, como o biodiesel, fundamentais para acelerar a descarbonização do transporte. “Na nossa estratégia, os biocombustíveis representam uma solução viável e imediata para reduzir as emissões de CO₂e, especialmente em aplicações onde a eletrificação ainda enfrenta desafios de infraestrutura. Ao investir em tecnologias compatíveis com combustíveis renováveis, reforçamos nosso compromisso com a sustentabilidade e com a transição energética justa e eficiente”, afirmou.
De acordo com a Be8, seu biocombustível BeVant® é 10% mais caro que o diesel convencional, mas que pode ter seu preço equiparado sob o efeito da produção em escala, atendendo à maior demanda que venha surgir. “Para nós, o Rota Sustentável COP 30 irá mostrar algo que já sabemos, após a comprovação que já realizamos há um bom tempo. Nosso biocombustível é viável para atender as exigências da sustentabilidade do mercado de transporte. Esta caminhada é a materialização de um novo momento da mobilidade brasileira, mostrando ao mundo durante a COP 30 que o Brasil está preparado para ser protagonista da transição energética com soluções reais e acessíveis, com entrega imediata de descarbonização”, destacou Erasmo Carlos Battistella, Presidente da Be8.

Battistella – A Be8 tem mais de 20 anos de atuação e quer mostrar que a Rota Sustentável COP 30 é um marco simbólico. Ela mostra que cada quilômetro percorrido com biocombustível nacional é um passo a menos rumo à dependência do diesel fóssil — e um passo enorme em direção ao protagonismo brasileiro na transição energética global
O BeVant® pode ser comparado ao outro combustível renovável, HVO, trazendo os mesmos benefícios ambientais, podendo ser usado em todos os motores. “Estamos preparados para auxiliar no processo da descarbonização do transporte. Contudo, precisamos entender que a norma da ANP deve ser atendida quanto ao armazenamento desse biocombustível para que ele possa promover todos os benefícios ambientais. Nós, da Be8, acreditamos ter uma solução imediata de redução das emissões poluentes”, disse Battistella.
Segundo informações, o mencionado biocombustível pode ser usado em misturas com o diesel fóssil, porém a Be8 preconiza a operação dos veículos com 100% dele para que sua performance possa ser integral. A empresa gaúcha tem capacidade de produzir pouco mais de 100 mil litros de BeVant® diariamente e mais de 4 milhões de litros de biodiesel comum por dia. “Para atendermos essa transição energética temos condições de atender, rapidamente, a maior demanda do BeVant®, aumentando nossa produção”, observou o executivo.
Com mais essa opção energética, o transporte sobre pneus no Brasil poderá se enquadrar à uma nova realidade em termos ambientais sob a bandeira da tecnologia conceituada dos motores de combustão interna, não necessitando de altos investimentos na cadeia de fornecimento e abastecimento da energia. Dessa maneira, por sua variedade de propulsão e fontes energéticas, o País pode dar uma resposta positiva quanto a não ser refém de, apenas, uma solução capaz de promover a descarbonização de seu sistema de transporte.

Os testes são monitorados em todos os detalhes para que os resultados sejam os mais práticos e eficientes
Para Walter Barbosa, vice-presidente de vendas, marketing e peças & serviços ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, a iniciativa traz alento para um setor que busca se inserir no aspecto da sustentabilidade ambiental num momento crucial. Segundo ele, a fabricante vem desenvolvendo tecnologias limpas para que o segmento do transporte rodoviário alcance a redução de suas emissões poluentes, sempre com soluções realistas ao mercado brasileiro. Quanto ao mercado de ônibus, ele tende a se beneficiar com a introdução desse biocombustível em suas operações. “Iremos avaliar o uso BeVant® do em nossos motores de uma maneira minuciosa para que possamos oferecer aos nossos clientes mais essa alternativa sustentável. Queremos, ainda, destacar a atratividade econômica do combustível, sendo uma solução similar, em termos ambientais, ao HVO, porém com menor preço. Acreditamos nesse novo combustível de origem vegetal para que possa contribuir com as necessidades do segmento do transporte de passageiros”, ressaltou Walter.
O projeto, também, destaca o lado social. De acordo com a Mercedes-Benz, para as medições e comparações entre os veículos participantes do teste, o PBTC (Peso Bruto Total Combinado) dos veículos deve ser considerado. Dessa maneira, a fabricante inovou ao lastrear os dois caminhões com 20 toneladas de alimentos que serão doados para comunidades em situação de vulnerabilidade do Estado do Pará. “Além do componente ambiental, a ação também agrega o componente social, reforçando o relacionamento da nossa Empresa com a comunidade e os princípios de sustentabilidade”, afirmou Luiz Carlos Moraes.
Imagens – Divulgação e revista AutoBus













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