O Roda fria das estradas

Com um apelido que chama a atenção, motorista de ônibus rodoviários se destaca nas redes sociais e na profissão por sua condução eficiente

Mais do que dirigir um ônibus, o importante é respeitar as regras da condução e tirar o melhor da tecnologia embarcada no veículo. É nesse contexto que Odario Santana conquistou um espaço especial no segmento do transporte rodoviário e nas redes sociais, com simplicidade e dedicação com o que faz. Ele, que já dirige ônibus desde 1988, na região do município paulista de Rosana, começou nos serviços de fretamento, durante a construção da usina hidrelétrica de Porto Primavera, no transporte de funcionários. “No meu começo, dirigi caminhão em usinas de cana de açúcar. Depois fui para o transporte fretado e logo entrei no segmento de linhas regulares, na empresa Andorinha. Contudo, depois de algum tempo, voltei a dirigir caminhões e em 1995 o ônibus segue sendo meu companheiro, até agora”, afirmou.

Com 62 anos de idade, esse paulista de Presidente Bernardes, está na Viação Garcia desde 1995 (passando por todas as transformações que aconteceram na operadora paranaense), numa longa trajetória que lhe permite o reconhecimento como figura pública por sua presença nas redes sociais, atuando com diversos vídeos em que dá dicas sobre a melhor condução e como usar, perfeitamente, a tecnologia incorporada nos veículos. “Consigo alcançar um grande número de pessoas com os meus vídeos, que trazem conteúdos que valorizam o melhor jeito de dirigir os ônibus, que são equipados com muitos recursos de segurança e de economia de combustível. Também, dou dicas que se transformam em uma direção segura e econômica”, afirmou Odario.

Em relação à evolução dos ônibus, o profissional destacou que pode acompanhar as muitas mudanças na configuração dos veículos. “Já dirigi diversos modelos de ônibus e vi como a evolução esteve presente no segmento. Dos motores com menores potências aos mais possantes, passando por modelos com e sem ar-condicionado, de configuração simples, com dois eixos, ou os de maior porte, com quatro eixos, vi de perto toda a história da tecnologia rodante”, comentou Santana.

Nas rede sociais, Odario “Roda fria” mostra como realizar uma boa e segura condução

Com o apelido de “roda fria”, por utilizar corretamente a tecnologia de última geração do sistema de frenagem dos ônibus mais modernos, sendo que em sua condução as campanas do freio de serviço chegam ao final da viagem sem estarem aquecidas (ele usa o mínimo possível do freio de serviço), Odario se preocupa com as várias questões que envolvem a boa condução, visando a segurança dos passageiros e no almejo às metas de economia de combustível. “Sempre procuro atingir ou superar as metas de consumo de combustível, com medias estabelecidas pela operadora. Claro, nunca deixo de observar a segurança e o bom atendimento aos passageiros, pois eles são fundamentais para a minha boa condução. Por isso que eu busco o bom uso da tecnologia embarcada nos veículos para tirar o máximo da condução. Nas minhas viagens, utilizo demais freio retarder”, explicou ele.

Ao atender as médias e mesmo sobressair-se, quanto ao consumo de diesel em suas viagens, Santana e outros motoristas são reconhecidos com premiações em dinheiro que lhes garante um bônus extra ao salário. “Ao alcançarmos essa excelência, podemos ter um ganho extra que valoriza, ainda mais, o nosso ganha pão. Somos reconhecidos pela eficiência em nossa condução, isso é muito bom”, destacou o motorista. Segundo ele, há muitos aspectos que precisam ser observados para que o profissional possa alcançar sucesso nesses quesito, como a condução que observa as diversas condições operacionais e da estradas.

Quanto ao futuro da profissão, Santana tem visto as dificuldades do setor para conseguir novos condutores. Segundo ele, são vários os desafios de ser motorista, nos dias de hoje, pelas condições das estradas ou por ficar muito tempo longe da família. “Não estimulei meu filho a seguir minha carreira. Vejo que ser motorista, principalmente de caminhão, ficamos muito tempo fora de casa. Ficar longe da família é ruim para muitos, que estão deixando a profissão de lado. Hoje, com o ônibus, eu fico, no máximo, um dia fora de casa. Porém, ficarei, no máximo, mais dois anos na condução. Depois verei o que fazer, se descansar ou seguir outro ritmo em minha vida”, concluiu Odario.

Fotos – Acervo pessoal

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