O ônibus articulado foi apresentado no Brasil, no final da década de 1970, como uma solução para o transporte urbano, pois, com sua estrutura, tinha a vantagem de poder locomover mais passageiros com apenas um veículo. Porém, houve quem enxergasse-o como um modelo ideal para as operações rodoviárias.
Na época, as duas principais encarroçadoras de ônibus – a extinta Nielson e a Marcopolo -, trataram de desenvolver um veículo para esse intuito, visando ganhar as estradas brasileiras. Também foi uma tentativa de poder levar mais passageiros utilizando apenas um ônibus, fato que podia ser encarado como a redução dos custos operacionais e a possibilidade de ofertar mais de um serviço a bordo, com a combinação do convencional e do leito.
Sobre o chassi Scania B111, com motor dianteiro, o articulado rodoviário recebeu as carroçarias Diplomata e Marcopolo III, cada qual com suas configurações internas identificadas para a apresentação desse conceito até então, inédito no mercado nacional. Internamente, cada veículo possuía suas tradicionais poltronas, WC e na rótula de articulação um pequeno bar (um atrativo para as viagens longas). Seus 18 metros de comprimento chamavam a atenção por onde estava o ônibus, afinal, no cenário rodoviário, esse conceito ainda era uma novidade.
Mas, a inovação não alcançou sucesso esperado na modalidade. Se no transporte coletivo urbano, sua presença foi fundamental para os sistemas com altas demandas de passageiros, pelas estradas não passou de uma tentativa bem intencionada, por parte de alguns poucos operadores, que viam nesse conceito uma maneira de aumentar suas rentabilidades.
O consumo de diesel, mais elevado, e as condições inadequadas para os passageiros no segundo módulo da carroçaria (forte efeito de sacudir a referida área), foram alguns pontos negativos que contribuíram para que a opção caísse por terra. Contudo, não se pode deixar de ressaltar que essa versão de ônibus foi um invento criativo.
Imagens – Arquivo AutoBus, Museu Digital Nielson e Memória Marcopolo
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