Por Gelson Forlin – diretor Executivo das empresas Transporte Coletivo Glória, Viação Campos Gerais e Auto Viação Imperatriz
A EXPO DUBAI 2020, a mega feira mundial que concentrou mais de 190 países e entidades, encerrou-se em 31 de março passado. Adiada, devido à pandemia, a exposição durou seis meses e ocupou uma área de aproximadamente 530.000 m2, sendo dividida em três temas principais, sustentabilidade (meio ambiente), oportunidades (inovação) e mobilidade.
A atenção com a mobilidade na EXPO sempre foi percebida, mesmo fora do evento. As informações sobre a feira estavam em todos os pontos de Dubai, desde o aeroporto com o mapa do evento, depois na linha do moderníssimo metrô cujo ponto final é dentro da EXPO, além das diversas informações e materiais distribuídos. A preocupação com a segurança era visível em todas as entradas, que portavam detectores de metais e muitos funcionários orientando o modo de acesso à feira, deixando-a muito ágil.
O Distrito da Mobilidade, como definido pelos organizadores, contou com 64 países e outras 12 organizações distribuídos em 140.000 m2, com pavilhões gigantescos de até quatro andares e bem estruturados, com escadas e esteiras rolantes. Destaque para países como França, Bélgica, Coréia do Sul, Polônia e Tailândia
Abrindo o distrito mobilidade, destaque para o imponente pavilhão ALIF, que narra a evolução da mobilidade através dos tempos, que se inicia com os deslocamentos a pé pelo homem, desenvolvimento de proteções para os pés e calçados, depois a domesticação de animais e desenvolvimento de carruagens, exploração dos mares e desenvolvimento de barcos, chegada dos veículos motorizados, aviões e a exploração do espaço.
Foi também explorada fortemente a mobilidade pelo conhecimento, os ensinamentos transmitidos por milênios, o trânsito das informações e cultura. Mobilidade por meio da tecnologia como GPS, Internet. Mobilidade pelo mundo com o transporte de mercadorias e pessoas, até com viagens virtuais e a importante mobilidade nas transações financeiras.
Destaque para o uso da tecnologia de mobilidade na saúde, como a utilização de sapatos dotados de GPS para pessoas com o mal de Alzheimer.
Apesar de haver um pavilhão especifico para o meio ambiente, outros, tanto nos da mobilidade quanto da oportunidade, possuíam claramente tendencia a preservação da natureza.
O projeto Hyperloop, uma cápsula se deslocando em um ambiente de vácuo, estava bastante presente nas discussões, até em pavilhões fora do distrito da mobilidade, como da Espanha e Suíça.
O pavilhão dos Emirados Árabes Unidos mereceu destaque pela beleza externa, com seu designer inspirado no voo de um falcão, sendo concebido pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o mesmo que projetou do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
O Brasil esteve presente no Distrito da Sustentabilidade, com pavilhão Cubo dotado de uma imensa piscina que destacava a importância de preservação aos recursos hídricos e uma participação do complexo Itaipu. A Alemanha, presente no mesmo distrito, promoveu um pavilhão altamente interativo com seus visitantes. Todos eram identificados na entrada e durante a visita eram questionados sobre diversos temas, ao final, suas posições faziam parte das estatísticas que definiam o mundo queremos para nós e para as futuras gerações. Uma visita muito reflexiva.
No Distrito da Oportunidade, o destaque ficou com o pavilhão da Inglaterra que apresentou um cronograma da evolução da indústria, informática e ciência juntamente com conquistas do esporte e episódios da música, apresentando um painel muito humanizado.
A EXPO DUBAI 2020 foi um evento tão prestigiado que nos pavilhões mais concorridos, como Alemanha e Emirados Árabes, a fila de espera chegava a duas horas.
Apesar de fora da EXPO, o belíssimo e recém inaugurado Museu do Futuro parecia em sintonia. Explorou muito o transporte sustentável, principalmente, por meio de veículos elétricos. Nos seus oito andares, a tecnologia de ponta esteve presente em todas as áreas. Uma fantástica experiência de decolagem virtual de um foguete da terra até seu acoplamento em uma estação espacial, é o cartão de visitas do museu logo no início do tour, que continua mostrando a influência das experiências cientificas no nosso desenvolvimento.
A necessidade de preservação da floresta amazônica também foi destacada com uma ala exclusiva, seguida da atenção com a biodiversidade do planeta. Ao final da exposição, a atenção volta ao centro de tudo, o ser humano. Um scaner de corpo inteiro decifra a condição da pessoa e faz recomendações quanto a stress, horas de sono, sociabilidade, entre outros. Independente do grau de assertividade do equipamento, a mensagem final do projeto é o que importa. Todas as tecnologias deverão ser desenvolvidas para propiciar cada vez mais o bem estar do homem em harmonia com os recursos naturais.
Então, até 2025, na próxima EXPO, em Osaka, Japão.
Imagens – Gelson Forlin
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