O mercado no primeiro semestre

Num balanço relacionado com o primeiro semestre de 2022 no segmento de ônibus, a Mercedes-Benz salientou duas condições propícias – desafios e oportunidades

Para a Mercedes-Benz, líder do segmento brasileiro de ônibus, o momento do setor de transporte rodoviário de passageiros traz um enorme desafio de recuperar a demanda perdida ao longo da pandemia, que ainda está prejudicando o mercado, mas que aos poucos tem sido repelida.

Não é fácil, mas também o pessimismo tem que ser deixado de lado visando a adequação dos serviços e do modelo de negócios quanto ao futuro que já bate à porta nos sistemas de transporte. E, após um significativo processo de vacinação contra a Covid, pode-se ver que o transporte tem visto os passageiros voltarem, com especial atenção às viagens rodoviárias. No caso da mobilidade urbana, o modelo do home office e o desemprego ainda não permitem uma recuperação significativa do público.

Num balanço relacionado com o primeiro semestre de 2022 no segmento de ônibus, a montadora salientou duas condições propícias – desafios e oportunidades -, que afetam diretamente os negócios, tanto da indústria, como dos operadores. Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, elencou alguns aspectos, como os custos operacionais, a falta de semicondutores, como também um descompasso na logística mundial, os aumentos dos valores das matérias-primas, o apoio à renovação da imagem do transporte coletivo com propostas junto aos poderes públicos para uma mudança expressiva visando uma qualificação dos sistemas. “Não teremos uma retomada 100% do volume de passageiros transportados. Porém, esse índice pode estar entre 80 e 90%, algo que nos anima frente ao que a pandemia causou nos últimos dois anos. Além disso, precisamos solucionar os problemas da cadeia logística para que não impactem negativamente na produção de nossos ônibus”, observou o executivo.

Walter também comentou que a disponibilidade de crédito favorável ao transportador, a renegociação dos empréstimos feitos pelos mesmos, os constantes aumentos do óleo diesel, a antecipação de compra de chassis em virtude da chegada da norma Euro VI, o ano eleitoral e a chegada da eletromobilidade são fatores que prejudicam ou favorecem todo o contexto do mercado até o final do ano. “O óleo diesel teve um aumento que está na casa de 99,98%, somente neste ano. Também temos a expectativa para que os clientes antecipem suas renovações de frota com veículos Euro V, ainda em 2022”, disse.

No mercado total, este ano foram emplacados 7.297 ônibus, uma redução de 2,6% em relação a 2021. Contudo, os ônibus rodoviários e urbanos mostraram crescimento, de 159% e 6%, respectivamente. A marca participou do segmento nacional com 3.656 chassis emplacados (pouco mais de 50% do total), sendo 574 unidades para micro-ônibus, 708 escolares, 1.485 urbanos, 286 chassis para os serviços de fretamento e 603 da categoria rodoviária. “Temos uma expectativa que, no geral, a produção fique entre 17 e 22 mil chassis em 2022”, sintetizou o diretor da montadora.

A eletrificação para o segmento urbano é a nova aposta da fabricante

A Mercedes-Benz ressaltou em sua coletiva para a imprensa segmentada a participação no processo de eletromobilidade do transporte coletivo brasileiro, com o seu novo produto (eO500U 4×2) a ser ofertado oficialmente em 2023. De acordo com Walter Barbosa, a montadora não quer apenas vender o veículo e, sim, disponibilizar ao mercado um pacote de soluções para todo o ecossistema do modal elétrico. “Iremos formar parcerias com diversos produtores de tecnologia para o transporte eletrificado, desenvolver os sistemas de recarga elétrica, proporcionar serviços digitais, treinamentos específicos e financiamento ao operador. Há uma previsão para que o mercado brasileiro absorva três mil ônibus elétricos até 2024. Estamos nos preparando para atender essa demanda com a melhor forma de negócio”, salientou Walter.

A fabricante da estrela de três pontas também evidenciou sua parceria com a empresa Eletra, por intermédio de um portfólio complementar, ao fornecer alguns modelos de chassis (somente o quadro) O-500 U, O-500 MDA e UDA. “Não iremos concorrer com a Eletra e, sim, desenvolver linhas complementares de veículos, somando esforços no mercado. Já há um modelo que foi homologado e é resultado dessa parceria”, disse Barbosa.

Imagens – Divulgação

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