Durante o Seminário Nacional NTU, acontecido recentemente em Brasília, DF, a fabricante de chassis Volvo Buses LA aproveitou o momento em que os debates giram em torno da descarbonização do transporte coletivo para mostrar seu modelo de chassi BZL, com tração 100% elétrica. Tal veículo já tinha sido apresentado em importante evento do setor de transportes no ano passado, mas somente na forma de chassi.
Agora, ele recebeu a carroçaria eMillennium da encarroçadora paulista Caio, já no padrão do transporte de São Paulo. Segundo Otávio Matana, engenheiro de Aplicação da Volvo Buses, o modelo, ainda importado, oferece uma série de vantagens para poder permitir a otimização operacional. “Ele está equipado com a terceira geração de baterias, que possui uma potência de 94 kW, acima dos 66kW da segunda geração. Isso permite uma capacidade energética alcançada somente com quatro baterias – antes eram necessárias cinco. Com isso, houve uma redução de peso em 600 quilos, o que proporciona o transporte de mais pessoas”, observou.
Em linhas gerais, as baterias do ônibus são de lítio NCA (níquel, cobalto e alumínio), com maior densidade energética de cada célula, que permite uma autonomia básica de 250 quilômetros, conforme os aspectos da operação. Quanto ao motor elétrico, localizado na traseira, ele tem 200 kW de potência, sendo auxiliado por uma transmissão automatizada EPT 402 com duas marchas. “Nosso chassi permite o melhor layout interno para os ônibus urbanos dessa categoria em virtude da localização das baterias e de outros componentes elétricos essenciais à operação. Destaco que o layout se assemelha muito à versão do ônibus a diesel”, disse Matana.
A Volvo oferece, também, um contrato de uso das baterias, dispondo ao seu cliente/operador um compromisso do volume energético das mesmas ao final das suas vidas úteis. “Se elas não estiverem respondendo, adequadamente, às condições operacionais, trocamos as baterias sem que o transportador arque com isso”, comentou Matana.
A tração elétrica da montadora ainda conta com um sistema de arranque mais suave, com uma aceleração otimizada por meio do pedal inteligente, que avalia as condições de carga e topografia para responder às necessidades de saída sem provocar gastos energéticos ou maiores velocidades.
Imagem – Revista AutoBus
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