Por Luana Fleck, diretora da Viação Ouro e Prata
As empresas familiares representam uma parcela significativa da economia global. Estima-se que 90% das empresas no mundo tenham perfil familiar, sendo responsáveis por cerca de 65% do PIB e 75% da força de trabalho em diversos setores, incluindo o transporte, conforme dados do IBGE. No entanto, esse tipo de organização enfrenta desafios únicos, especialmente à medida que a gestão passa por diferentes gerações.
A estrutura de uma empresa familiar, geralmente, muda conforme as novas gerações vão assumindo o comando. Na primeira geração, o fundador tende a tomar decisões de forma independente. Já na segunda geração, os filhos começam a participar e inicia-se a gestão compartilhada. Quanto a terceira geração, a entrada de primos e, eventualmente, de parentes de segundo grau, aumenta a complexidade, demandando regras claras.
Essas transições trazem novos desafios, incluindo conflitos familiares, decisões sobre remuneração e dividendos e a definição de responsabilidades. Estruturas de governança eficazes tornam-se cada vez mais essenciais para administrar as expectativas e preservar a harmonia.
Conflito de Papéis: Quando Família e Negócios se Sobrepõem
Um dos principais desafios nas empresas familiares é gerenciar a interseção de papéis que seus membros assumem, o que vai além de uma gestão comum. A teoria dos “Três Círculos”, desenvolvida por John Davis, ajuda a entender essa complexidade ao destacar como os papéis de proprietário, gestor e membro da família se misturam e geram tensões. Essa sobreposição leva a conflitos, como discussões empresariais em momentos familiares, trazendo questões corporativas para contextos informais. Estabelecer uma separação clara entre esses papéis é essencial para evitar que os laços afetivos influenciem as decisões empresariais, protegendo tanto o negócio quanto as relações pessoais.
Esses conflitos de papéis, somados às particularidades das relações familiares, geram pontos de tensão específicos no ambiente de trabalho. Alguns dos principais desafios enfrentados incluem a falta de diálogo (ausência de uma comunicação clara é a principal causa de conflitos); rivalidade entre irmãos (questões e competições da infância podem ressurgir em momentos profissionais na vida adulta); conflito de gerações (diferenças de valores e visões, como na adoção de novas tecnologias, podem dificultar o alinhamento).
Esses conflitos destacam a importância de um ambiente de diálogo e da construção de uma cultura organizacional que respeite as diferenças geracionais, incentivando a cooperação.
Governança e Sucessão: Garantindo a Continuidade e o Legado Familiar
Para que empresas familiares prosperem e mantenham a harmonia, a governança familiar, que envolve a definição de acordos e regras claras, é fundamental. Esse processo cria uma base sólida para decisões racionais em momentos críticos, especialmente em temas delicados, como a sucessão. Com uma estrutura de governança bem definida, a empresa cresce de forma organizada, preservando seu legado.
Para empresas familiares, a mensagem é clara – a comunicação e o alinhamento contínuos são essenciais para evitar problemas futuros. Iniciar o diálogo cedo, definir expectativas e ajustar papéis conforme a empresa evolui contribui para que o negócio continue prosperando, mantendo sua identidade e a harmonia familiar.
Imagens – Reprodução da internet e acervo pessoal
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Mais uma vez destaco a competência de Luana Fleck.