Transporte de chassis e ônibus completos envolve operação profissional

A entrega de chassis para os encarroçadores e dos ônibus completos para os seus compradores é feita por uma operação que está relacionada com pessoal gabaritado e treinado

Há muitos anos, ver um chassi de ônibus sem a carroçaria, trafegando por rodovias em direção aos encarroçadores nacionais e sendo conduzido por um motorista que só portava um capacete para a sua segurança, era comum. Hoje, isso já não é mais possível em virtude de normas que prezam pela segurança operacional. Então, como esses veículos são transportados até seus destinos finais? Por prancha puxada por cavalo mecânico.

E a empresa paranaense SVD, com a responsabilidade de realizar logística de caminhões, ônibus e chassis para ônibus, contando com um quadro de profissionais especializados e completa estrutura e experiência necessária, é um exemplo no setor que atende os principais nomes fabricantes localizados no Brasil. Sua história começou em 2001, sendo transportadora exclusiva da Volvo do Brasil, transportando e entregando caminhões. Contundo, com uma visão estratégica de ampliar seu mercado, cerca de 15 anos depois ela começou a atender outros clientes.

Com isso, atualmente, a SVD atua junto à todas fabricantes de chassis, bem como de algumas encarroçadoras brasileiras. “Um executivo da Volvo, em visita ao Brasil e às nossas operações ao elogiar os serviços realizados, nos deu a missão para que não tivéssemos, apenas, um cliente no ramo, evitando correr o risco de problemas contratuais que poderiam afetar todo o nosso negócio. Ele foi enfático ao dizer para irmos ao mercado e procurar outros clientes para que não dependêssemos de um único”, disse Cesar Medeiros, gerente de Operações.

Segundo ele, a concorrência gira em torno de cinco a seis empresas que prestam o mesmo serviço. E tudo começa quando um chassi sai da linha de produção e começa sua trajetória para chegar até a fabricante de carroçarias. A SVD conta com o apoio de pátios para acomodar até 4 mil veículos, além de realizar a entrega técnica para clientes distantes dos grandes centros produtores de veículos.

O processo de logística envolve a retirada dos chassis das montadoras, que são embarcados nas pranchas até o destino final. “Há cenários em que levamos os chassis para nossos pátios visando a remonta dos mesmos numa única prancha para favorecer os custos operacionais de nossos clientes. Conseguimos transportar até quatro chassis numa mesma prancha, dependendo do modelo que estamos levando para as encarroçadoras”, explicou Medeiros.

Quanto ao tempo de deslocamento dos veículos, observa-se as normas de condução, sempre com respeito às regras da lei dos motoristas, percorrendo 500 km por dia até a chegada à fabricante de carroçarias. “Além do Brasil, levamos os chassis até os mercados externos, como Argentina e Peru, com distâncias de até 5.500 km. Para isso, temos um plano de gerenciamento de risco bastante rígido para que possamos alcançar sucesso nas operações”, destacou.

Em relação à entrega de ônibus completo, há uma diferenciação quanto ao tipo de motorista no quadro da transportadora, pois um profissional habilitado em conduzir ônibus, tem a prática de dirigir o caminhão, enquanto os motoristas do caminhão não têm a experiência com o ônibus. “Temos uma equipe específica que conduz os ônibus, rodando, aos seus destinos finais. Porém, há os casos de modelos com tração elétrica, que são transportados por prancha. Neste momento, há muitos modelos elétricos da marca Caio que transportamos para as mais diversas cidades brasileiras”, disse Medeiros.

O gerente da SVD destacou a preocupação da empresa em manter uma equipe de profissionais sempre atualizada em termos de segurança e a melhor condução. Medeiros disse que seus motoristas recebem treinamentos sobre as inovações tecnológicas presentes nos veículos transportados, além de orientações sobre cada processo de entrega que terá pela frente. “As diversas condições das estradas por onde passamos são, também, desafios que enfrentamos no dia a dia. Por termos operações bastante pulverizadas, nós temos uma grande preocupação em planejar os riscos e homologar as rotas, avaliando as circunstâncias de tráfego e os postos de combustíveis de parada e suas estruturas, além do estado de conservação das estradas. Também, acompanhamos o comportamento de nossos motoristas sobre a importância do mapeamento proposto por nós para que a execução dos serviços pré-estabelecidos seja a completa. Para isso, temos uma bonificação aos profissionais que sigam todos esses procedimentos”, explicou Medeiros.

Quanto a números, o volume de chassis transportados, em 2024, foi de 300 unidades por mês. Sobre os ônibus acabados, são 50 veículos mensais. A frota da empresa é de 130 cavalos mecânicos, 80 conjuntos de pranchas automotivas e 50 pranchas agrícolas, pois a SVD também transporta máquinas dessa categoria. Em termos de recursos humanos, são 150 motoristas contratados, diretos, e outros 400 no regime de MEI.

Em termos de entregas, um caso emblemático aconteceu em 2021, com o transporte de 350 ônibus para o sistema de transporte coletivo de Santiago, no Chile, demandando três meses de operação em plena Pandemia e no período de inverno, com fronteiras fechadas, porém, sem ser um impedimento para a conclusão dos processos. “Tivemos que montar uma estrutura específica, sem quebrar nenhuma regra, nos desafiando a ser diferentes para concluirmos toda a operação no fluxo normal”, concluiu Medeiros.

Imagens – Divulgação

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