Volumes que superaram as expectativas

No primeiro semestre de 2025, as vendas de ônibus foram acima do que a Mercedes-Benz esperava, sinal de um setor que está sempre contribuindo com a melhor mobilidade

Walter Barbosa, vice-presidente de Vendas, Marketing e Peças & Serviços Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, atendendo à revista AutoBus sobre o tema mercado de ônibus nos primeiros seis meses deste ano, destacou que o período em termos de vendas foi muito bom, trazendo volumes que excederam aquilo que se esperava. “Até este momento, foi bem acima do que imaginávamos, com 30% de crescimento nos emplacamentos. Não dá para negar que esse primeiro semestre foi ótimo”, explicou.

E, segundo o executivo, são três segmentos fundamentais que puxaram as vendas – o transporte escolar, fretamento e urbano – com 11.520 unidades emplacadas. No ano passado, o mesmo período apresentou o volume de 8.837 chassis. Os veículos para o transporte escolar somam 2.089 unidades, crescimento de 135%. O fretamento, por conta dos negócios relacionados na área de agronegócio e mineração, emplacou 1.500 chassis, volume bem expressivo, com crescimento de 53% em relação ao ano de 2024. Já para o transporte urbano, foram 4.344 unidades, com crescimento de 20%.

De acordo com Walter, há que se levar em consideração muitos aspectos envolvidos com esses números que impactaram, positivamente, o setor no primeiro semestre. “O segmento do transporte escolar teve uma boa alta, mas não foi como era esperado em termos de volumes relacionados com a última licitação federal. Sobre o fretamento, posso dizer que o número de 1.500 unidades foi expressivo em virtude do aumento dos negócios externos do agro, bem como a mineração, atendendo a uma demanda atingida pelo tarifaço do governo norte-americano. Em relação ao transporte urbano, é um setor que sempre liderou os negócios de ônibus, respondendo por quase 50% das vendas. Hoje, esse setor tem sido favorecido pelo programa Refrota de renovação dos veículos urbanos e do investimento de muitas cidades que buscam modernizar seus sistemas de transporte coletivo”, explicou.

Walter Barbosa

O executivo chamou a atenção para o fato de os juros altos continuarem um impeditivo quanto ao crescimento contínuo do mercado de maneira geral. Walter disse que a melhor maneira é ocorrer a redução das taxas de juros aos operadores de forma a incentivar a renovação dos veículos. “Se não houver um programa, do tipo Refrota, que possa fomentar a substituição e modernização das frotas, não vemos com boas expectativas o crescimento de nossos negócios. Por isso, é preciso que essa questão dos juros possa dar um fôlego ao setor do transporte”, observou.

Sobre os emplacamentos referentes, apenas aos produtos Mercedes-Benz, eles foram liderados pelos chassis urbanos, confirmando a presença na marca nesse segmento, com 3.218 chassis, 21% de crescimento, numa participação de mercado geral em 74% (protagonismo do motor dianteiro). O fretamento vem em segundo lugar, com 711 unidades, participação de 47% no geral (100% de propulsão dianteira), seguido do rodoviário (linha O 500), com 556 unidades (50% na versão 6×2, 25% de 4×2 e 25% de 8×2), dos 1.087 chassis do mercado total. Nos micro-ônibus, a marca ocupa a terceira posição, hoje com 21%.

Sobre o segundo período de 2025, Walter crê, ao continuar um cenário positivo, em uma performance que não chega a ser do mesmo nível do primeiro semestre, mas que será bom, atingindo um patamar que ultrapassa o número total de 2024 – 22.300 unidades. “Estamos prevendo, se tudo continuar assim, que teremos crescimento nos emplacamentos sobre o que conquistamos no ano passado. Dessa maneira, projetamos que o transporte urbano, escolar e fretado mantenham seus negócios positivos. Favoráveis a isso a manutenção do programa de financiamento, o comércio externo, o estímulo das prefeituras para os sistemas de transporte coletivo e a economia em crescimento. Quanto aos ônibus rodoviários, teremos uma pequena queda nas vendas em virtude das altas taxas de juros que não encorajam a renovação das frotas. Só teremos negócios com as operadoras que necessitam modernizar seus veículos”, afirmou o diretor da Mercedes-Benz.

Quanto a eletrificação dos ônibus urbanos, tema sensível no momento, Walter lembrou que há no Brasil, hoje, 816 unidades com tração elétrica (a bateria), dos quais 605 estão na cidade de São Paulo. No primeiro semestre deste ano, a fabricante emplacou 112 unidades, com quase 100% de seu modelo integral eO500u. Para os próximos meses, há uma expectativa de mais 50 unidades. “Contudo, os problemas de infraestrutura de recarga elétrica ainda predominam no setor, como é sabido. Para nós, esse processo de descarbonização do transporte coletivo deveria levar em consideração o equilíbrio de tecnologias limpas, observando-se o uso dos biocombustíveis como forma de alcançarmos a redução das emissões poluentes. Não é possível pensar, apenas, em tração elétrica enquanto o Brasil tem possibilidades de explorar uma matriz energética variada. Entendo que nos próximos 10 anos teremos no mercado novos modelos de combustíveis limpos. Trata-se de uma oportunidade que nos colocará a frente de outros países”, ressaltou.

Imagens – Divulgação

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