Por Mário Albuquerque, administrador de Empresas e economista com pós-graduação em Engenharia Econômica e Mestrado em Transporte
Tenho 78 anos e uma trajetória de 42 anos no setor de transporte, com ampla experiência em gestão e liderança. Ao longo desse caminho, participei de decisões estratégicas, formei equipes e ajudei a construir resultados sólidos.
Participei de uma olimpíada com 3.200 motoristas, não como condutor de um volante, mas como alguém que sempre acreditou no valor das pessoas e na força do trabalho coletivo. Hoje, embora esteja fora do mercado formal, sigo atuando como diretor-executivo por meio de minha consultoria, colocando toda a minha experiência e visão a serviço de novos projetos e desafios.
A longevidade no Brasil cresce em ritmo acelerado. O País tem envelhecido rapidamente, com 55,2 idosos para cada 100 crianças de até 14 anos. Em 2023, a esperança de vida era de 76,4 anos, mostrando um avanço constante. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil é a sexta nação com o maior número de idosos.
Esse envelhecimento populacional não deve ser visto como um peso, mas como uma oportunidade de crescimento para empresas e para a sociedade. Nós, com 50 anos ou mais, representamos um ativo valioso no mercado. E fica uma reflexão: será que os departamentos de RH estão preparados para enxergar que a mente não envelhece na mesma velocidade dos cabelos brancos? Nós não somos um “custo”, mas sim uma verdade que potencializa empresas.
Na minha trajetória contribui com décadas de maturidade e visão estratégica, pautado em ética, lealdade e inovação, construída no tempo. Coordenei a construção de uma garagem que se tornou referência, participei do início de empresas do zero e liderei processos de recuperação de negócios em situações adversas.
Nos últimos cinco anos, tive a oportunidade de rejuvenescer três empresas de um mesmo grupo, colocando em prática toda minha capacidade e experiência acumulada ao longo da vida profissional.
A experiência não é sinônimo de envelhecimento. O que hoje sobra no mercado de trabalho é justamente o que mais falta ser reconhecido: o valor dos profissionais 50+.
Eu sei o que represento: conhecimento, clareza, responsabilidade e capacidade de liderar com propósito. E eu não sou um número, uma estatística. Sou o resultado de uma vida dedicada a construir caminhos. A idade não me limita. Me fortalece.
Envelhecer não é ficar para trás. É seguir de pé, com história, coragem e disposição para escrever novos capítulos. Etarismo não me simboliza, pois tenho muito a oferecer e sigo pronto para contribuir. Acreditem no potencial das pessoas com mais idade. Não somos um fardo.
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