Em Belo Horizonte, o ônibus a gás tem grandes chances de operação

A capital mineira homologa veículo que pode ter motor movido a GNV e biometano no seu transporte suplementar de passageiros

O Projeto Suplementar Verde, desenvolvido em parceria entre a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), Volare, Agrale, Sindpautras e Superintendência de Mobilidade (SUMOB), colocou em Operação Assistida, durante dois meses um modelo de miniônibus movido 100% a Gás Natural Veicular (GNV) e biometano na rede do transporte suplementar de passageiros.

O projeto foi apresentado, testado e aprovado, como uma opção mais econômica e sustentável para a descarbonização do transporte público suplementar da capital mineira. Foram 7.804 km percorridos, 3.541 m³ de GNV consumidos e seis linhas urbanas monitoradas, abrangendo trajetos com diferentes relevos, lotação de passageiros e condições de tráfego.

De acordo com a organização do projeto, esse é um retrato da complexidade operacional de Belo Horizonte, uma das operações mais severas do País, dado as variáveis a serem consideradas. “Este projeto consolida Belo Horizonte como referência nacional em transporte sustentável, ao mostrar, na prática, que alternativas como o GNV e o biometano são viáveis economicamente e ambientalmente. É possível oferecer um transporte público com combustível sustentável, eficiente e competitivo, promovendo a descarbonização do setor”, disse Carlos Camargo de Colón, presidente da Gasmig.

O Volare que foi utilizando na Operação Assistida em Belo Horizonte tem o chassi Agrale, é o modelo Fly 10 GV 2025, que utiliza motorização Ciclo Otto de seis cilindros, desenvolvido para operar exclusivamente com GNV e/ou biometano. Segundo a Gasmig, a escolha pelo veículo garantiu espaço e segurança para a instalação dos cilindros de gás, com 490 litros hidráulicos (≈122,5 m³ a 200 bar de pressão e temperatura de 20º C), em atendimento aos requisitos técnicos mínimos colocados pela SUMOB.

Outrossim, durante a fase de avaliação, os motoristas destacaram o baixo nível de ruído e vibração e a condução suave do motor a gás. No entanto, relataram consumo maior com o uso do ar-condicionado, tendo em vista que o modelo a diesel utilizado conta, somente, com climatizador. Já a formação técnica dos condutores é outro ponto crucial, pois os motores Ciclo Otto exigem condução em faixas de rotação mais altas, algo diferente da operação tradicional com motores a diesel, sendo que o treinamento dos motoristas é parte essencial da expansão do projeto.

A operação assistida foi acompanhada por telemetria embarcada, registros fotográficos em cada abastecimento, com as medições de pressão, temperatura e densidade do gás natural, por uma equipe da Gasmig, junto com os operadores do Sindpautras. A metodologia seguiu os padrões da ABNT e das políticas municipais de mobilidade sustentável, assegurando dados consistentes e auditáveis.

Para a Gasmig, o projeto reforça o papel do biometano como vetor de economia circular, ao utilizar resíduos orgânicos para gerar energia limpa e renovável, e, com outro detalhe, tendo sempre o GNV como backup, uma vez que os dois gases são intercambiáveis, sem necessidade de nenhuma alteração no motor e/ou no veículo.

Imagem – Divulgação

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