E o processo de descarbonização do setor de passageiros?

Se o “Roadmap para o Transporte Rodoviário Net Zero”, do Pacto Global da ONU – Rede Brasil, visa incrementar a questão da descarbonização do segmento de cargas, o transporte de passageiros tem se interessado pela mesma linha de raciocínio?
Antonio Ferro | Editor

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infobus@uol.com.br

Lançado pelo Pacto Global da ONU – Rede Brasil em parceria com a marca Scania, relatório inédito mapeia as principais ferramentas de financiamento voltadas à descarbonização do setor do transporte de cargas, analisa a maturidade das tecnologias disponíveis e seus custos e apresenta ações que empresas podem adotar para reduzir emissões.

De acordo com o trabalho, os investimentos na produção de novos combustíveis e na ampliação e modernização da infraestrutura, até a renovação da frota, a descarbonização do transporte rodoviário de cargas no Brasil, essencial para o cumprimento das metas do Acordo de Paris, deverá demandar cerca de R$ 3,42 trilhões em investimentos nos próximos 25 anos.

Em linhas gerais, há dois anos, o Pacto Global da ONU – Rede Brasil e a Scania se uniram para criar o Hub de Biocombustíveis e Elétricos. A proposta é fomentar um centro de discussões voltado à descarbonização do transporte rodoviário reunindo especialistas, pesquisadores, empresários, tomadores de decisão e governo para promover um ambiente que favoreça a geração de projetos e iniciativas que acelerem a transição do setor para uma economia de baixo carbono.

Se o transporte de cargas tem interesse em rever as muitas questões envolvidas com o seu cotidiano, por meio de iniciativas que busquem uma nova ordem quanto a sustentabilidade ambiental e o uso de propulsões inovadoras, como fica o setor de passageiros, seja em circuito intermunicipal ou interestadual? Como esse segmento, de supra importância no desenvolvimento nacional, tem lidado com o tema da transição dos combustíveis fósseis para alternativas sustentáveis, sendo um imperativo nos dias de hoje, embora envolva grandes desafios e oportunidades?

Além do próprio sistema de transporte, como outros agentes relacionados nessa logística (entidades representativas dos operadores, governos, fabricantes de carroçarias, chassis e de motores) estão se inserido no contexto e buscam aprimorar o financiamento e os incentivos para a adoção de tecnologias de baixo carbono? Contam com algum programa ou projeto que visam a colaboração entre esses elos para alcançar respostas sobre o futuro das tecnologias quanto à propulsão em suas operações?

Hoje, temos alguns pontos destacados para o contexto e que precisam ser observados: financiamento como eixo central da transição; preferências tecnológicas; principais barreiras; e ações estruturantes. Como setor e suas vertentes estão trabalhando nesse sentido?

Quanto aos modelos energéticos, temos as opções dos biocombustíveis (diesel verde ou biometano) e hidrogênio, este último, ainda, em processo de desenvolvimento. Quanto ao modelo elétrico, com baterias, essa versão ainda não apresentou uma resposta positiva e concreta em um setor que demanda uma operação longínqua e que faz dos bagageiros de seus ônibus uma maneira extra de rendimento econômico (ônibus elétricos precisam de maior espaço para suas baterias). Tais concepções tem seus prós e contras e precisam ser avaliadas de maneira sensata e realista.

A descarbonização do transporte rodoviário de passageiros não representa uma necessidade ambiental, mas sim se trata de oportunidade econômica, pois o Brasil tem uma orientação diversificada em energia e muita capacidade de inovação, podendo liderar a mobilidade de baixo carbono no cenário global.

Imagem – IA

A melhor maneira de viajar de ônibus rodoviário com segurança e conforto

Ônibus movido a biometano, por Juliana Sá, Relações Corporativas e Sustentabilidade na Scania

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