Agrale participa de importante projeto de mobilidade

Fabricante brasileira de chassis para ônibus forneceu seus modelos ao novo sistema de transporte coletivo da capital portenha

Buenos Aires apresentou, recentemente, a renovação em seu sistema de transporte coletivo com a inauguração do novo sistema de mobilidade que reduzirá a poluição, melhorará a conectividade e diminuirá em até 40% os tempos de viagem entre o norte e o sul da cidade. Trata-se do sistema Trambus, que opera ônibus elétricos a baterias, e que circulará, inicialmente, pelo Metrobus da avenida Juan B. Justo, que já conta com a infraestrutura para seu funcionamento.

A operação utiliza a linha T1, que vai do Aeroparque a Nueva Pompeya, com semáforos sincronizados por telemetria que darão prioridade de passagem para reduzir os tempos e melhorar a segurança. Além disso, a infraestrutura será nova, com estações icônicas e corredores exclusivos ou preferenciais.

Quanto aos ônibus, eles serão equipados com um pacote tecnológico de última geração, garantindo segurança, conforto e sustentabilidade. Os primeiros veículos já foram apresentados e são da marca brasileira Agrale, com o modelo de chassi MT 17.0 LEe, elétrico. A licitação prevê o fornecimento de 82 unidades, sendo 60 da versão com capacidade para 75 passageiros (4×2) e 22 unidades do articulado MT 27.0 LEe, para 135 pessoas. Todas elas são acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida, piso baixo, suspensão pneumática, rampas e ar-condicionado.

Segundo informações, os ônibus elétricos têm autonomia mínima de 270 km, combinando desenvolvimento local e tecnologia internacional, sendo que o chassi foi desenvolvido pela Agrale Argentina S.A., enquanto o conjunto elétrico foi criado em parceria com a britânica Equipmake LTD.

Hugo Zattera, diretor-presidente da Agrale, comentou que essa busca por alternativas válidas no transporte de Buenos Aires vai ao encontro com os propósitos da fabricante brasileira em promover a sustentabilidade ambiental no setor. “Estamos aproveitando esse momento da eletrificação do transporte urbano com um produto moderno e tecnologicamente avançado, adequado com as demandas da operação. Isso nos coloca num patamar de mercado de igual para igual com outros concorrentes no desenvolvimento de ônibus elétrico. E, com certeza, o transporte da região metropolitana de Buenos Aires sairá ganhando com o nosso conceito elétrico”, ressaltou o executivo.

Com uma aparência arrojada, o novo ônibus elétrico de Buenos Aires tem chassi da Agrale

Já a carroçaria, com um design bem moderno e aerodinâmico, é da TodoBus S.A., do Grupo DOTA, fruto de uma colaboração de longa data com a Agrale Argentina, unindo a expertise da marca na construção de estruturas leves e eficientes para veículos urbanos. Essa integração reforça a capacidade dessas empresas de entregar produtos completos, modernos e adequados às demandas do transporte público da capital argentina, no qual a Agrale tem uma posição muito relevante.

Quanto a tecnologia de segurança, cada novo ônibus conta com sistemas DMS (monitoramento da condução); ADAS (aviso de colisão frontal, cruzamento de pedestres e detecção de pontos cegos); Mirrorcam (retrovisores digitais) e câmera de ré; GPS; Ar-condicionado, WiFi a bordo e conectores USB; e Informações audiovisuais para os passageiros.

Os pequenos ônibus são elétricos

De acordo com a Agrale, o Sistema TramBus será composto, exclusivamente, por ônibus elétricos e atuará como complemento da rede de metrô, ampliando a integração entre modais e oferecendo uma alternativa moderna, eficiente e de zero emissões, representando um avanço significativo para a mobilidade da capital argentina. A fabricante já forneceu para o sistema de transporte local 12 unidades de micro-ônibus elétrico, com 7,5 metros e capacidade para 20 passageiros, que atendem as rotas do centro histórico e um circuito especialmente dedicado ao programa de visitação aos museus de Buenos Aires. Esse trajeto conecta diversas instituições culturais icônicas, como o Museu Nacional de Belas Artes, o MALBA (Museu de Arte Latino-Americana) e o Museu de Arte Moderna, entre outros.

Na mobilidade de Buenos Aires, cerca de 3,6 milhões de pessoas se deslocam diariamente, das quais 47% utilizam transporte público e a chegada do Trambus representará uma evolução para o sistema, para os passageiros e para o meio ambiente.

Gás em evidência

Além dos modelos elétricos, a Agrale entregará novos ônibus para o transporte público da capital portenha equipados com a motorização a gás natural, um conceito que ela tem domínio há muitos anos e que pode contribuir com esse momento da descarbonização da mobilidade coletiva local.

Segundo Hugo Zattera, a experiência da Agrale com essa tecnologia resultou no desenvolvimento de produtos eficientes e viáveis economicamente. De acordo com o executivo, é preciso olhar para as outras opções energéticas quando o assunto é a redução das emissões do transporte, visto que há questões financeiras envolvidas diretamente na adoção das tecnologias limpas. “Nós, da Agrale, acreditamos muito nesse processo da descarbonização ao termos um portfólio limpo composto por ônibus elétrico e gás. O ônibus elétrico é ambientalmente correto, mas seu custo, ainda, está alto. E é preciso, também, olhar para infraestrutura necessária para a sua operação urbana. Por isso que investimos em soluções inovadora, diversas e limpas”, afirmou.

A capital argentina, também, aposta em outras propulsões alternativas

Além do gás natural, Zattera chamou a atenção para o uso comercial do biometano, o gás que vem da transformação de dejetos e de outras fontes, como forma de contribuir com as menores emissões no modal ônibus. Segundo o presidente da Agrale, essa opção é expressiva para favorecer o meio ambiente, sendo uma alternativa ao diesel com eficiência em seu uso. “Estamos incentivando o uso desse energético renovável em nossa tecnologia dos motores que oferecemos ao mercado do transporte. O Brasil tem uma grande fonte de energia que pode ser aproveitada de maneira inteligente e correta. Para os sistemas de transporte, trata-se de um investimento mais baixo com desempenho adequado às demandas. Do meu ponto de vista, o uso do biometano já era para ser expressivo em nossas vidas. Por isso que acreditamos em soluções ecléticas, com qualidade e idealizadas à realidade do transporte”, observou.

A Argentina tem um extenso campo de gás natural, chamado de “Vaca Muerta”, que está inserido, também, às suas políticas de mobilidade limpa, com impactos na redução das emissões poluentes, principalmente das grandes cidades, sendo Buenos Aires uma delas. Quanto a participação da Agrale no mercado local, a confiança na marca é grande que, quase 50% dos ônibus urbanos em circulação pela capital argentina, levam a insígnia da fabricante com origem brasileira. E olha que lá os veículos contam com entrada baixa, motor traseiro e transmissão automática, aspectos que modernizam a configuração de ônibus urbano.

Raio-X do ônibus elétrico

Chassi – MT17.0 LE Elétrico (Low entry)

Comprimento – 12.20 metros

Suspensão – pneumática

Freios – a disco

Motor – Equipmake HTM 350 (duas unidades/potência – 800 kW, toque – 7.000 Nm)

Baterias – Li/LFP (620 kWh)

PBT – 29.000 kg

Raio-X do articulado elétrico

Chassi – MT27.0 LE Elétrico (Low entry)

Comprimento – 18,00 metros

Suspensão – pneumática

Freios – a disco

Motor – Equipmake HTM 3500 (potência – 400 kW, toque – 3.500 Nm)

Baterias – Li/LFP (280 kWh)

PBT – 18.500 kg

O futuro articulado com tração elétrica. Imagem ilustrativa

Raio-X do micro-ônibus elétrico

Chassi – MA 6.0e LE

Comprimento – 7.25 metros

Suspensão – pneumática

Motor – Dana TM4 (potência – 170 kW, torque – 1.900 Nm)

Baterias – CATL com 127 kWh

Autonomia – 170 km

Imagens – Divulgação

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