Reportagem especial
Curitiba, como todos sabem, tem uma enorme importância no contexto do ônibus urbano brasileiro e sua significância perante os modais de transporte. Foi lá que a Scania revelou um pouco de seus planos estratégicos para a CWBUS, associação voltada para o caráter de inovação na mobilidade urbana. Entidade com atuação local, ela visa criar e participar de soluções com a lógica do deslocamento das pessoas de maneira ágil, coletiva e ambientalmente correta.
A CWBUS é uma iniciativa do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba, promovendo ainda o canal Inovação em Pauta, uma maneira de trocar experiências por meio de um bate papo on-line, onde são apresentadas as mais diversas formas de proporcionar um transporte coletivo mais eficiente, equilibrado, rentável e viável.
Para Luiz Alberto Lenz César, presidente executivo da CWBUS, a participação da Scania nesse novo episódio do Inovação em Pauta foi uma grande oportunidade para que a montadora mostrasse sua visão comercial do futuro do transporte coletivo nas cidades brasileiras.
Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Soluções Scania, ressalta um pacote completo de soluções que visam a rentabilidade do operador em virtude do variado programa tecnológico oferecido pela marca no mercado brasileiro. Veículos, serviços e monitoramento andam lado a lado no cotidiano operacional dos clientes, um entendimento de negócios que visa a completa satisfação dos operadores. “Nós da Scania, com o objetivo de liderar a transição energética do transporte, decidimos, neste primeiro momento, apostar na tecnologia da propulsão a gás para o mercado brasileiro. O futuro da mobilidade é hoje e já estamos construindo isso”, disse Munhoz.
O compromisso da montadora no sentido de alcançar essa liderança envolveu uma mudança expressiva em sua linha de produção na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, com a adaptação necessária para a montagem de veículos movidos pelo gás natural e biometano, combustíveis que mais concilia com o bolso da economia brasileira. “Também temos um compromisso global, público, assumido na Europa para reduzirmos, até 2025, 50% das emissões de CO² em nossas linhas de produção e 20% das emissões em todos os nossos produtos que vamos introduzir até o mesmo ano. Nossa base é o ano de 2015. Com isso, entregaremos aos nossos clientes veículos com propulsores mais limpos e serviços conectados que viabilizam a redução de consumo de combustível e, consequentemente, a diminuição do CO²”, explicou o executivo.
Isso será possível por meio da atuação comercial com produtos mais seguros e inteligentes, em combustíveis renováveis e na eficiência energética, investindo ainda na melhoria constante dos atuais motores de combustão, deixando-os com maior eficácia na redução do consumo e da emissão de poluentes. “Estamos trabalhando pela melhoria da combustão dos motores a diesel, que ainda terá uma longa vida pela frente, como também no desenvolvimento das trações mais limpas, com os combustíveis verdes e a eletricidade, e nas formas de condução”, observou Munhoz.
Na visão do diretor da Scania, o horizonte de um transporte livre das emissões poluentes passa pela instituição de políticas públicas com metas claras que traçam a sustentabilidade ambiental nos sistemas, sempre observando o uso de novas tecnologias, com menor impacto sobre o cenário urbano. Munhoz citou a Suécia como exemplo de nação europeia que implantou políticas públicas e claras para a melhoria do ambiente e da viabilidade comercial quanto a adotar medidas limpas em seu cotidiano. “Hoje, quase 100% do lixo é reciclado na Suécia. Houve também a redução dos lixões e dos aterros sanitários, forçando a reciclagem dos materiais sólidos e do processamento do material orgânico, com destinações específicas, diminuindo a geração de CO²”, explicou.
No tocante ao biometano, o executivo ressaltou para a importância desse biocombustível como forma de rentabilidade ao operador e de sustentabilidade ambiental. “Há muitos investimentos públicos europeus no sentido de utilizar em larga escala o biometano e o gás natural nos sistemas de transporte coletivo em função do menor custo operacional em relação à eletricidade”, disse Munhoz.
Quanto a América Latina, ele comentou que cada país tem uma realidade distinta, com aspectos econômicos próprios, que demandam modalidades diferentes de combustíveis e trações, adequadas às condições dos serviços. “Sabemos que o futuro será elétrico, que a eletromobilidade prevalecerá, mas neste momento, acreditamos no potencial do gás natural/biometano. Um exemplo significativo de uso desses combustíveis é a Colômbia, que em sua capital, Bogotá, tem apresentado bons resultados com a operação de nossos veículos equipados com a tecnologia. Hoje, um ônibus elétrico custa entre três e quatro vezes o valor de modelo a diesel, o que exige um grande investimento para o maior uso desse conceito”, afirmou Munhoz.
O diretor da Scania reafirmou que o biometano será a solução viável e ambiental em termos de combustível, pois o mundo tem uma enorme concentração de áreas com lixões, um problema de extrema preocupação quanto as emissões poluentes que tanto afetam o clima. “Essas áreas possuem alto teor energético, que pode ser aproveitado como combustível, reduzindo a emissão de metano, gás causador da degradação da camada de ozônio”, concluiu o executivo.
Imagem – Scania
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