Durante a Modal Expo 2025, a propulsão a gás foi destaque

Como o gás natural ou o biometano ou, ainda, na mistura dos dois podem ser uma alternativa viável para o transporte coletivo

O evento Modal Expo 2025, primeira feira de logística, transporte e comércio exterior do Espírito Santo, realizado há poucos dias no Pavilhão de Carapina, na cidade de Serra, evidenciou o tema “Do Combustível Fóssil ao Biometano: O Potencial do Gás Natural para Transformar o Setor de Transportes”, como mais uma opção para a concretização da transição energética no setor de cargas e passageiros.

Dentre as participantes da mostra, a Iveco Bus esteve presente com a sua estratégia em direção à descarbonização, levando em conta o grande potencial de aplicação de gás natural e biometano no transporte urbano da região. Para isso, expôs o seu modelo de chassi BUS 17-210 G que vai ao encontro da infraestrutura já existente nas cidades brasileiras com distribuição de GNV, além de ser uma alternativa econômico-financeira viável para o transporte sustentável.

Para a Iveco Bus, em operação, o uso do gás natural entrega outras vantagens ambientais, como reduções de 90% do dióxido de nitrogênio (NOx) e de 10% de dióxido carbono (CO2). Outro detalhe, conforme informou a fabricante, seu chassi tem custo competitivo, o que o torna acessível para sistemas de transporte do Brasil e da América Latina, sendo que as cidades já atendidas pela rede de gás canalizado da ES Gás, no Espírito Santo, são a capital Vitória, os municípios de Vila Velha, Serra e Cariacica, na região metropolitana, além de Cachoeiro do Itapemirim, Linhares, São Mateus, Aracruz e Colatina.

O especialista de Marketing Produto da Iveco Bus, Paulo Kazuto, disse que o BUS 17-210 G considera detalhes importantes no cálculo do Custo Total de Propriedade (TCO). “Nosso chassi é uma alternativa para cidades que demandam soluções factíveis por descarbonização. Com autonomia compatível e alta capacidade de armazenamento, o BUS 17-210 G tem abastecimento rápido, podendo ser facilmente aplicado em diferentes rotas e perfis de frota”, ressaltou, comentando que o modelo está em fase de validação para chegada ao mercado brasileiro.

A fabricante informou que a unidade do chassi exposta é de demonstração e tem uma série de compromissos já assumidos em outras localidades., corroborando com despertar de grande interesse de operadores e sistemas, por ser uma alternativa econômico-financeira viável para operações em diferentes cidades da América Latina. Ainda, segundo a Iveco, no momento o BUS 17-210 G está em fase de validação para início de comercialização no mercado brasileiro, sendo que na Argentina, 20 unidades já operam em um projeto-piloto no transporte urbano de Córdoba.

Em termos técnicos, o modelo é equipado com motor N60 CNG Ciclo Otto, produzido pela FPT Industrial, assegurando desempenho equivalente a um ônibus movido a diesel, com custos consideravelmente inferiores se comparado ao elétrico. Com opção para até 9 cilindros para armazenamento, a autonomia chega a 350 quilômetros, garantindo a operação em rotas de longo alcance em regiões metropolitanas. O tempo de abastecimento é rápido e pode ser realizado em cerca de 20 minutos. Para a Iveco, a tecnologia de combustão estequiométrica do motor N60 CNG da FPT Industrial resulta no melhor consumo de combustível da classe e níveis de ruído inferiores. São 210 cv de potência e 760 Nm de torque.

Veículo de menor porte

A fabricante gaúcha, Volare, de micro-ônibus esteve presente na Modal Expo com o seu modelo Fly 10 GV, que tanto pode usar o gás natural, como o biometano. De acordo com a marca, o evento foi a estratégica para que debates sobre soluções de logística e, crucialmente, o uso do gás como energia alternativa de propulsão, tivesse força. Nesse contexto, o Fly 10 GV, com suas características de mobilidade sustentável e eficiência, tem um papel de destaque na transição energética do setor de transporte.

Segundo a empresa, seu modelo a gás foi concebido para oferecer um avanço significativo em tecnologia, conforto e desempenho. Para o agronegócio, é sinônimo de robustez e eficiência para o transporte de equipes em áreas rurais e para operações logísticas desafiadoras no campo. A Volare, ainda, destaca que busca reforçar os benefícios que o modelo contribui diretamente para a produtividade dos negócios agrícolas. Na visão da marca, o agronegócio brasileiro, que representou 23,2% do PIB nacional em 2024, com um faturamento estimado em R$ 2,63 trilhões, é um motor econômico crucial. As projeções para 2025 indicam a manutenção ou leve crescimento, impulsionadas pela adoção de tecnologias sustentáveis, expansão das exportações e o aumento da demanda interna.

Sidnei Vargas, gerente-comercial da Volare, ressaltou que o Fly 10 GV é mais do que um veículo, sendo considerada uma ferramenta estratégica que se adapta a diversas necessidades, desde o transporte de equipes no campo às operações urbanas. “Estamos intensificando a presença do Fly 10 GV nas principais feiras setoriais para demonstrar como esta solução pode contribuir diretamente para a eficiência, sustentabilidade e inovação, especialmente nos debates sobre o uso de gás como energia alternativa de propulsão”, comentou o executivo.

O modelo exposto e apresentado ficará em operação por 30 dias na frota do Sistema Transcol, rodando nas linhas 101 e 111, operadas pela empresa Unimar. Segundo informações do governo capixaba, a ação permite testar o desempenho do veículo em operação real, avaliando sua viabilidade para integrar a frota do sistema metropolitano de transporte público.

O secretário de Estado de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno, explicou que o Governo do Estado, ao renovar a frota do sistema Transcol, tem investido constantemente em novas tecnologias para tornar o transporte público mais sustentável, eficiente e confortável para os passageiros. “Assim como já fizemos com os ônibus elétricos e com a adoção do motor Euro VI, que é menos poluente mesmo sendo a diesel, agora estamos buscando outras alternativas, como o uso do biometano. Trata-se de uma tecnologia que reduz a emissão de poluentes e aproveita um recurso que o Estado já possui, que é o gás e a produção do próprio biometano. Com isso, conseguimos alinhar qualidade, conforto e sustentabilidade, diversificando as formas de abastecimento e implementando novas soluções tecnológicas. Tudo isso contribui para um sistema de transporte público mais moderno, eficiente e comprometido com o meio ambiente” reforçou.

Lembrando que o modelo conta com o chassi MA 11.0, desenvolvido por outra empresa gaúcha, a Agrale, com grande expertise na área da propulsão a gás.

Abastecimento eficiente

Considerada pioneira no mercado de GNV e líder na implantação e operação de sistemas de compressão de gás para uso veicular no Brasil, a Sinergás anunciou o lançamento oficial do seu mais novo equipamento de abastecimento: o Dispenser de Alta Vazão F1, desenvolvido para atender à crescente demanda do setor de veículos pesados movidos a GNV e biometano.

O equipamento foi mostrado durante a Modal Expo, no estande da ESGás – companhia parceira e referência no fornecimento de gás natural no Espírito Santo. Desenvolvida em parceria com a SORION, a tecnologia representa um salto no setor, pois tem vazão de até 120 kg/min e o equipamento é 100% digital, com interface moderna com display TFT de 7 polegadas, teclado capacitivo e conectividade para monitoramento remoto e manutenção preditiva.

Conforme a Sinergás informou, entre os seus principais diferenciais estão a facilidade de manutenção, o sistema plug & play para rápida integração com infraestrutura existente e recursos de segurança avançados, como sensores de pressão e válvulas automáticas de bloqueio. “A Sinergás tem orgulho de liderar mais uma vez a inovação no uso do GNV e do biometano. O Dispenser F1 foi desenvolvido para oferecer eficiência operacional, segurança e robustez ao mercado de transporte pesado, promovendo ao mesmo tempo economia e redução de emissões”, afirmou Gabriel Kropsch, socio-fundador da Sinergás.

Ainda, segundo a empresa, o lançamento ocorreu em um cenário de transformação da matriz energética dos transportes, pois estimativas apontam que o custo por quilômetro rodado com GNV em veículos pesados já é inferior ao do diesel (R$ 0,46/km versus R$ 0,40/km), com o biometano se destacando pela redução de até 90% nas emissões de gases de efeito estufa, segundo dados do RenovaBio e da Abiogás.

Imagens – Divulgação

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