No mundo dos transportes, há um imperativo em que o meio ambiente deve ser um requisito muito bem observado quanto a não ser impactado, negativamente, com as emissões poluentes. Pensando nisso, muitos projetos urbanos buscam reverter um quadro negativo com investimentos em tecnologia e eficiência operacional. O mais recente exemplo pode ser visto na cidade paulista de Suzano.
Lá, a prefeitura está acreditando no poder do biometano como combustível renovável e limpo visando um transporte sustentável. Nesse contexto, a cidade conheceu, há poucos dias, o primeiro ônibus movido com o biocombustível da região do Alto Tietê. Tal iniciativa integra o programa “Suzano Sustentável”, que busca modernizar a frota municipal e reduzir impactos ambientais por meio do uso de combustíveis limpos.
Esse ônibus, que pode ser visto nas operações da linha 10TR (Vila Fátima/Estação Suzano), é o resultado da parceria entre a prefeitura de Suzano, a operadora Radial Mais Transporte e as empresas MWM (motor) e a Comgás (distribuidora do gás) quanto a ser uma opção de sustentabilidade ambiental. Com chassi Volkswagen, o veículo passou por um processo de retrofit, recebendo o propulsor a gás, que pode ser abastecido com biometano ou gás natural.
Aliás, são dois veículos, pois há outro ônibus, na operação intermunicipal dentre a região de Suzano e outros municípios, que também passou pelo processo de retrofit e está incluso nesse projeto de sustentabilidade ambiental do transporte coletivo. Pertencente à Radial, o veículo opera no sistema de curta distância entre os municípios atendidos.

O transporte regional intermunicipal se apresenta como tendência para o uso do biometano, sendo favorecido pelo menor investimento e ganhos ambientais
Ricardo Irapuan, diretor de Manutenção do Grupo Radial e ATT Transporte, disse que o referido projeto é resultado da busca por alternativas limpas de propulsão, sendo mais uma opção ao modelo elétrico, que neste momento tem apresentado custos mais altos, tanto no investimento em infraestrutura, como na aquisição dos veículos. “Com o biometano iremos avaliar a sua viabilidade em termos de custo/benefício para que possamos atender às especificações de um transporte limpo, livre das emissões poluentes. Por meio da MWM foi realizado o retrofit dos dois ônibus e após um período de treinamento, acabamos que por ser certificados a promover essa ação em outros de nossos veículos. Temos uma expectativa muito boa quanto ao sucesso do projeto desse biocombustível em nossa frota. A tendência é que ele possa ser utilizado por nós de forma comercial dentro de breve”, ressaltou Irapuan.
O investimento no biometano se dá pela compra de créditos do combustível que é injetado na rede da Comgás, distribuidora parceira do mencionado projeto. “Também, recebemos a certificação que compramos o biometano para poder contribuir com o transporte mais sustentável”, observou Irapuan.
Segundo informações, ao se usar esse tipo de biocombustível é possível alcançar uma economia anual de cerca de 60 mil litros de diesel e preservar mais de 6 mil árvores, com a redução de até 95% a emissão de dióxido de carbono (CO₂). E, de acordo com os incentivadores desse projeto ambiental, os ônibus, ainda, contribuem com a diminuição da poluição sonora.
Para quem não sabe, o biometano pode ser gerado de diversas fontes, seja em aterros sanitários, estações de tratamento de esgoto, vinhaça da cana-de-açúcar e de dejetos de animais, promovendo a economia circular, transformando lixo em combustível renovável que não impacta negativamente ao meio ambiente, fator de importância para saúde da população.
Imagens – Divulgação
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